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Ração humana pode trazer riscos à saúde


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou nesta terça-feira um alerta sobre os riscos à saúde do consumo dos produtos conhecidos genericamente como "ração humana". Com o alerta, a Anvisa tenta evitar que as pessoas pensem que tais produtos substituam uma refeição completa. O órgão, inclusive, vetou o uso da expressão "ração humana".

Desde o ano passado, a combinação de cereais – que leva farinhas, gergelim, linhaça, soja e aveia, entre outros ingredientes, como guaraná em pó ou cacau – ganhou popularidade e passou a ser consumida por pessoas que desejavam emagrecer ou manter o peso.

A Anvisa vetou o termo "ração humana" porque essa denominação pode gerar dúvidas nos consumidores, já que não indica a verdadeira natureza e característica do alimento. Também não podem constar do rótulo ou do material publicitário do produto "alegações de propriedades medicamentosas, terapêuticas e relativas a emagrecimento", informou a agência. Os produtos deverão ganhar denominação adequada às suas características. A mistura de farelos e outros ingredientes, por exemplo, deverá ser chamada de 'mistura à base de farelos'.
Anita Sachs, nutricionista e professora do departamento de medicina preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o alerta é válido para chamar a atenção das pessoas, já que o produto não é balanceado para substituir refeições. "Ele é rico em gordura e fibras, mas uma refeição precisa ter todos os nutrientes de forma balanceada, não só alguns", disse.

Há outro problema. "As pessoas se enganam quando pensam que estão consumindo um produto de baixo valor calórico", avisa Sachs. Segundo ela, muita gente consome grandes quantidades de “ração humana” no café da manhã pensando que está emagrecendo. Muitas vezes, porém, isso pode equivaler — em termos calóricos — a um café da manhã completo com meia fatia de pão francês, uma ponta de faca de margarina, café com leite e uma fruta.

"O único benefício da "ração humana" é o aumento na quantidade de fibras, mas isso também poderia ser alcançado ao introduzir mais cereais na alimentação", explica.

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