Agildo Ribeiro, humorista – "O mais importante é que
estamos em luto nacional. O Brasil está mais triste, sem perspectivas de
risos e alegrias. Ele foi um herói nacional, um combatente. Ele trazia
alegria para esse povo. Ele era uma figura tradicional. Estou com meu
coração dilacerado de tanto que amava esse homem. Estou de luto,
fisicamente, espiritualmente e artisticamente. Ele não vai morrer assim,
ele não morre assim, não."
David Pinheiro, humorista – "A 'Escolinha do
Professor Raimundo' foi mais que um trabalho, foi um aprendizado,
principalmente pelo ponto de visto técnico. Não que ele ficasse nos
ensinando, mas o cotidiano, os pequenos detalhes que ele mostrava. Ele
foi importantíssimo. Ele foi responsável por uma nova geração de
humoristas e cuidou dos velhos humoristas. Nós aprendemos bastante. Ele
era um homem raro. O ser humano que ele foi, o artista que ele foi, o
modo como ele viveu, enfim. Ele dizia que o improviso é o caminho mais
curto para o erro. Na coversa come ele o personagem mudava. Tenho muitas
histórias dele. Eu e muito outros. Chico Anysio foi um homem importante
para a história do Brasil."
Jô Soares, apresentador – "O Brasil inteiro estava
pendurado nessa agonia do Chico. Isso me lembrou a agonia que o país
passou com a morte do Tancredo Neves. Foi uma agonia terrível. Ele não
merecia isso. Espero que ele não tenha sofrido, que tenha passado bem. O
Chico Anysio é um dos melhores atores característicos do mundo. Eu
dirigi um espetáculo do Chico que, na verdade, eu que aprendi demais. O
óbvio é que essa morte deixa o Brasil inteiro entristecido."
Ziraldo, cartunista – "Foi uma grande perda. Conheci o
Chico há 50 anos. Ele é um dos dois fenômenos inrrepetíveis. Nunca mais
teremos Pelé e nem Chico Anysio. Ninguém conseguiu fazer a quantidae de
personagens que ele fez. A mão dele ficava velha de acordo com o
personagem. Tive a oportunidade de conviver um pouco com ele. Ele não
vai embora agora, não é possível.
O Chico, comigo, era sempre muito generoso. O dinheiro que ele ganhou
ele distribuiu. Ele era fantástico. A televisão não perpetua ninguém.
Espero que as pessoas possam encontrar nas livrarias o livro que os
cartunistas fizeram desenhando os personagens dele."
Lúcio Mauro FIlho, ator – "O Chico está canonizado
desde já. Ele sobe como um dos grandes santos do humor brasileiro. Ele
já estava fazendo falta para a gente por diversos posicionamentos. Ele
era um homem de posicionamento forte. Ele ter ficado fora da televisão
fez muito mal para ele. A gente é muito miúdo para poder explicar. Na
minha vida, ele foi muito importante. No Projac, uma vez, ele me
encontrou e perguntou se está tudo bem. ‘Você está bem mesmo, porque
você está procurando ponta em novale, concorrendo com gente muito menos
talentosa com você, abre o olho’. Depois dessa bronca eu fui direto para
o Zorra Total e tudo aconteceu na minha carreira. Ele foi um norte para
todos nós humoristas. Um cara tão brilhante e genial ficar sofrendo
como estava era muito triste. Quando Rogério Cardoso foi embora eu
fiquei estraçalhado. Com o Chico é a mesma coisa. A comédia brasileira
não só o maior gênio, mas o seu maior defensor. Ele sempre lutou pela
qualidade do humor braileiro. Que as novas gerações estejam assistindo e
vendo um pouco do talento dele. Estou com o Ziraldo, a gente não pode
esquecer o Chico, esse grande talento."
Paulo Silvino, comediante – "Infelizmente perdemos o
maior ator e comendiante do mundo. Nunca na história da comédia mundial
alguém tenha feito o que o Chico Anysio fez. A quantidade de línguas que
escreveu, de quadros que pintou. Ele era uma fonte de arte e
inspiração. Ele foi uma fonte de inspiração de alegria. Ele fez
trabalhos sérios também, era completo. Ele se tornou o maior comediante,
o maior ator do mundo de todas as época. Ele era meu amigo, ele foi
extraordinário. Chico era um paizão. Na Escolinha ele abrigou muitos
atores, principalmente alguns que estavam quase esquecidos. Ele foi um
pai extraordinário. Ele casou várias, teve uma prole grande. Todos os
filhos dele conviveram muito comigo e com meus filhos."
José de Abreu, ator – "Vários aspectos do Chico devem
ser lembrados. Uma vez ele disse que parecida a rua do Catete, porque
vivia cheio de pensão. Ele era impressionante. Saía de um personagem e
começava imediatamente o outro. Parecia mágica. Ele fazia numa tarde o
programa quase inteiro. Em dois dias ele fazia 30 personagens. Ele era
sempre o mesmo. Ele se auto dirigia, ele dirigia todo mundo. Ele era uma
loucura. Ele tinha três cabeças, a do ator, do diretor e do
personagem."
Renato Aragão, humorista - "O Brasil todo está triste.
Quando cheguei ao Rio, ele já era famoso. Chico me ajudou muito. Ele
que me alertou muito. Ele foi referência para todos os humoristas. Não
vai ter outro Chico Anysio, não. Ele fazia sátira do Brasil todo. Ele
foi muito amigo. Chico Anysio ajudava todo mundo. O coração dele não
cabia dentro do peito. Para a gente falar sobre quem era Chico Anysio
será preciso fazer uma mesa redonda para cada um falar o que ele era."
Regina Casé, apresentadora – "Conheci o Chico quando
ele trabalhava com meu pai, desde pequena eu via o trabalho dele. Ele
conseguiu conferir uma dignidade ao povo nordestino. Foi uma escola, uma
faculdade trabalhar com ele. Acho que ele conseguiu transcender na
esfera do humorismo, ele escrevia, pintava e interpretava."
Boni, diretor de TV - Ele fez um humor sem obscenidade, sem ofensa. Ele foi um amigo e irmão por mais de meio século. Todos os personagens do
Chico Anysio
tinham alma. Não eram aqueles que chamamos no jargão de televisão de
caricaturas. Eles tinham o rosto diferente, a voz diferente e a alma
diferente. Eles eram personagens reais e de carne e osso. Era um humor
humano e cheio de crítica social e política. O Chico levou um pouco do
humor radiofônico para a televisão. Ele foi o pioneiro na montagem do
videotape.
Heloísa Perissé, atriz e comediante – "Tinha uma
relação muito especial com ele. Foi uma pessoa que sempre me deu muita
força. Ele sempre teve uma preocupação com o trabalho. Foi uma pessoa
que sempre será uma referência. Os personagens eram vivos, ele era vivo
em tudo que ele fazia. Chico foi uma pessoa que todo mundo cresceu
vendo. Sempre teve um humor forte. Ele era naturalmente engraçado. Ele
falava o que pensava. Muitas vezes ele foi mal interpretado por isso.
Ele era o Chico sempre, ele não tinha máscara."
O humorista Wellington Muniz, o Ceará, disse
que ficou "boquiaberto". "Sabia que ele estava passando por um período
díficil, mas isso me pegou de surpresa mesmo e mudou todo o meu dia,
toda a programação da minha tarde", comentou. "Ele é uma inspiração para
muita gente, é da minha terra, do Ceará. Chico ia fazer de aniversário
no dia 12 de abril. Foi um um cara que inspirou vários humoristas e
criou, com sua genialidade, muitos personagens. Ele deu chance e ajudou
muita gente e faria isso até hoje se tivesse um programa. Foi embora um
grande talento que faz muita falta na televisao brasileira. Que ele
descansae em paz. Desejo as minhas condolênscias aos familiares e às
pessoas próximas a ele. Grande mestre, grande ser humano, grande amigo.
Tive poucas chances de conversar com ele, mas sempre que estivemos
juntos ele foi atencioso, brincalhão e inteligente".
Em depoimento
, Daniel Filho
disse que deve a Chico o início de sua carreira como diretor. "Ele deu a
mão aos novos e nunca deixou os mais velhos comediantes fora de seu
alcance. Sempre prestando homenagens aos seus professores da comedia.
Deu bom humor ao Brasil. Uma vida dedicada a qualidade no radio, cinema e
televisão! Sua herança é imensa para todos que tivemos o privilegio de
compartilhar a cena e a vida com ele. Amou muito e será para sempre
amado.”
Em entrevista a jornalistas no Hospital Samaritano, no Rio, Cláudia
Jimenez falou da importância de Chico. "Foi o maior artista que o Brasil
já teve. Ele me inventou. No céu vai estar uma rodinha de amigos que
vão receber ele. Rogério Cardoso,Walter D'Ávila, Nádia Maria, Brandão
Filho e Costinha estão todos esperando por ele lá”, disse Cláudia.
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