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MPPB firma parceria com a UFPB para investigar violência em idosos

Estudo vai se basear na classificação sobre as formas de violência

  
O Centro de Apoio Operacional às Promotorias do Cidadão (Caop do Cidadão e Direitos Humanos) vai firmar uma parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para traçar um diagnóstico da violência praticada contra o idoso em João Pessoa.

Na manhã desta sexta-feira (23), o promotor de Justiça que coordena o Caop do Cidadão e Direitos Humanos, Valberto Lira, reuniu-se com a professora e pesquisadora da Escola Técnica de Saúde, Márcia Vírginia de Lorenzo Florence, e com a aluna bolsista de iniciação científica Gislaide da Silva Gomes para discutir o assunto.

Segundo a pesquisadora, a ideia é realizar uma pesquisa científica para investigar e caracterizar a violência contra as pessoas idosas na Capital a partir das denúncias encaminhadas ao Ministério Público e à Delegacia de Proteção ao Idoso nos últimos dois anos.

O estudo vai se basear em estudos e na classificação sobre as formas de violência contra o idoso já existentes. “Pretendemos identificar quais as formas de violência mais denunciadas na Promotoria e na Delegacia para essa faixa etária, quem é o agressor, as características da vítima e quais os bairros onde as denúncias ocorrem com maior frequência”, explicou Florence.

A pesquisadora destacou que a pesquisa é um ponto de partida para o enfrentamento da violência praticada contra as pessoas com 60 anos ou mais de idade. “É uma caracterização dessa violência partindo dos órgãos que recebem essas denúncias. É claro que essa caracterização não vai abranger a totalidade dos casos que acontecem, porque sabemos que o que chega a ser denunciado é uma parcela bem pequena da realidade de violência que realmente acontece”, disse.

Prevenção - A pesquisa deverá ser concluída em janeiro de 2013, mas os dados estatísticos levantados deverão ser disponibilizados ao MPPB antes disso. As informações poderão nortear a atuação das Promotorias do Cidadão em relação a medidas protetivas em favor das vítimas. “Será garantido o anonimato aos idosos. A previsão é de que o levantamento dos dados na Promotoria leve dois meses”, estimou a pesquisadora.

Conforme explicou a professora da UFPB, a literatura mostra que os principais agressores de idosos são familiares. “São netos, filhos, genros, noras, cônjuges, pessoas que praticam essa violência no dia a dia e muitas vezes, sem saber. Fazem ofensas e coisas que acabam desgastando o idoso e ele, às vezes, nem se dá conta de que está sendo ofendido e violentado. Uma ofensa pequena feita diariamente contra uma pessoa acaba causando danos à saúde emocional que podem se tornar danos somáticos e se reverter em danos físicos ao organismo. Isso pode ser prevenido através de informação, conscientização e mudança de comportamento em relação ao idoso”, defendeu Florence. 

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