Criança vítima de estupro que deu à luz passa bem após cirurgia, em João Pessoa
A criança de 11 anos que foi estuprada e engravidou,
em João Pessoa, se recupera bem após passar por um procedimento
cirúrgico nesta quarta-feira (20). Ela foi submetida a uma drenagem no
abscesso na Maternidade Frei Damião, para onde retornou no dia 17 de
setembro, 13 dias após a cirurgia cesárea. Ela deu entrada apresentando um quadro de dor e febre.
De acordo com o boletim do hospital, ela foi submetida a uma
ultrassonografia, que detectou um hematoma na parede abdominal. "O
pequeno procedimento foi realizado com sucesso e a paciente se recupera
bem", diz o hospital.
Após o procedimento, a paciente será encaminhada para a enfermaria,
onde permanecerá em observação por alguns dias até a sua recuperação.
O único suspeito de estuprar a menina é o padrasto dela, que foi preso
no dia 13 de setembro, na Bomba do Hemetério, na Zona Norte do Recife,
em cumprimento ao mandado de prisão preventiva pela prática de estupro
de vulnerável, expedido pela 3ª Vara de Mangabeira. Após ser transferido
para João Pessoa e passar por audiência de custódia, ele foi
encaminhado ao Presídio do Róger, na segunda-feira (18), onde vai
aguardar julgamento.
O crime foi praticado quando a vítima tinha 10 anos e, desde que a
gravidez dela foi revelada, em maio, o padrasto da menina estava
foragido.
Entenda o caso
As investigações começaram em maio de 2017. De acordo com processo que
segue sob segredo de justiça na Vara da Infância e Juventude da Paraíba,
a menina foi estuprada pelo padrasto quando tinha 10 anos. A criança
descobriu a gravidez quando passou mal e foi levada para um hospital. Na
época, ela informou à polícia que a violência sexual era algo
recorrente, mas não soube precisar quando teve início.
De acordo com o Ministério Público, uma enfermeira do Posto de Saúde da
Família (PSF) do bairro do Grotão, em João Pessoa, detectou possíveis
indícios de abuso sexual cinco meses antes da gravidez ser descoberta. A
enfermeira identificou que a menina apresentava um corrimento e
orientou à mãe da criança a leva-la para o Hospital Frei Damião, uma
unidade de saúde de referência na região.
Segundo o promotor da Infância e Juventude Alley Borges Escorel, a mãe
da menina foi negligente ao não levá-la para fazer exames médicos. Porém
a delegada Joana D'arc Sampaio afirmou que, durante as investigações,
ficou constatado que a mãe da criança não vai ser responsabilizada pelo
crime, pois não teve participação nem sabia o que aconteceu,
descartando-se, portanto, a possibilidade de conivência.
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