Origem de explosivos e arsenal de quadrilha presa são investigados pelo Exército
O Exército Brasileiro instaurou um
procedimento administrativo para investigar a origem dos explosivos, das
munições e das armas apreendidas com criminosos e apresentadas nessa
terça-feira (7) pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil
da Paraíba. O arsenal, que inclui um fuzil americano com capacidade de
destruir até uma aeronave, foi encontrado com quatro homens presos após
assaltar um carro forte, na última segunda-feira, na região
metropolitana de João Pessoa.
O objetivo dos militares é descobrir a
origem e os possíveis responsáveis pelo extravio dos explosivos, que só
podem ser usados por empresas cadastradas. Ao final das investigações,
os militares irão acionar a Justiça.
Na manhã desta quarta-feira (8), o 15º
Batalhão de Infantaria Motorizada, ( 15º BIMtz), instalado no bairro de
Cruz das Armas, em João Pessoa, encaminhou à sede do GOE dois oficiais
para iniciarem os trabalhos de análise nos explosivos. O tenente Sidney
Teixeira e o sargento Geisel Carvalho são integrantes da seção de
Fiscalização e de Serviços Controlados do 15º BIMtz. Eles explicaram que
o material apreendido pela polícia passará por uma análise de
rastreamento, com o objetivo de descobrir de qual local eles foram
retirados.
De acordo com o tenente Sidney Teixeira,
que é o chefe da Seção de Fiscalização e de Serviços Controlados do 15º
BIMtz, o uso dos explosivos é monitorado pelo Exército e apenas empresas
cadastradas e acompanhadas pelos militares são autorizadas a utilizar o
material. Ele alertou que uso indevido de explosivos é crime com pena
de prisão. Além de investigar os explosivos, os militares também farão
uma análise nas munições e armas apreendidas.
“Iremos fazer um rastreamento para
descobrir a origem desse material. Toda munição possui uma numeração que
indica lote e data de fabricação. Vamos entrar em contato com as
fábricas para determinar a origem”, afirmou o tenente Teixeira.
As apreensões ocorreram na segunda-feira
(6), após quatro homens assaltarem um carro forte, na estrada que dá
acesso ao município de Cruz do Espírito Santo (PB). O grupo usou
explosivos para destruir um carro forte, mas não conseguiu levar o
dinheiro que havia no veículo, graças a um dispositivo que protege as
cédulas. Em seguida, os assaltantes roubaram um veículo e fugiram para
uma granja. Como o carro possuía um rastreador, a polícia conseguiu
localizar os criminosos e houve confronto. Após troca de tiros e
negociação, os homens se renderam e seguem presos em penitenciária de
João Pessoa.
Com os criminosos, foram encontrados
pistolas, fuzis, artefatos explosivos e coletes balísticos e cerca de
1.800 munições intactas, além daquelas que foram deflagradas durante a
troca de tiros com a polícia. Todos os armamentos são de fabricação
estrangeira e de uso restrito das Forças Armadas. O que mais chamou a
atenção dos agentes de segurança foi um fuzil de calibre 50, de
fabricação americana, com alto poder de destruição. Ele tem capacidade
de alcançar um alvo a 4.500 metros de distância e pode destruir a
fuselagem de uma aeronave. O equipamento é considerado uma arma de
guerra pelos militares. “Nós iremos também analisar esse armamento, que,
em hipótese alguma, pode ser usado em área urbana. É uma arma de
guerra”, afirmou o tenente.
A delegada do GOE, Karina Alencar, disse
que os presos fazem parte de uma quadrilha que já vem sendo investigada
por polícias de vários estados e Polícia Federal, por prática de roubos a
carro-forte. Os presos foram identificados como Livaci Muniz da Silva
( mais conhecido como Galeguinho), de 34 anos; Romário Gomes Silveira,
de 29 anos; Antonio Arcênio de Andrade Neto, de 28 anos; e Vanilson
Pereira de Macedo, de 32 anos.
A delegada afirmou que ainda serão feitas
novas diligências para concluir o inquérito, cujo prazo para ser
encerrado é de 10 dias. Ela acrescentou que todo o material apreendido
será colocado à disposição da Justiça após o término das investigações.
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