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Assassino confesso de ex-governador é levado para presídio


O assassino confesso do ex-governador Gerson Camata, Marcos Venício Moreira Andrade, foi transferido para o presídio em Viana, no Espírito Santo, por volta das 22h desta quarta-feira (26). O corpo do ex-governador começou a ser velado às 8h desta quinta-feira (27), no Palácio Anchieta, sede do governo do estado.
Parentes chegam para o velório de Gerson Camata, no Palácio Anchieta, em Vitória — Foto: Roberto Pratti/ TV GazetaParentes chegam para o velório de Gerson Camata, no Palácio Anchieta, em Vitória — Foto: Roberto Pratti/ TV Gazeta
Marcos Venício foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe, e por dificultar a defesa da vítima.
Marcos Andrade confessou o crime ao ser apresentado à polícia — Foto: Divulgação/ Polícia CivilMarcos Andrade confessou o crime ao ser apresentado à polícia — Foto: Divulgação/ Polícia Civil
Camata, de 77 anos, foi assassinado com um tiro depois de uma discussão com um ex-assessor, causada por uma ação judicial movida pelo ex-governador contra ele, que resultou no bloqueio de R$ 60 mil da conta bancária do agressor.


Velório


Por volta das 7h, familiares do ex-governador começaram a chegar no velório. A ex-deputada Rita Camata, viúva dele, chegou amparada por um dos filhos.
Viúva de Gerson Camata, a ex-deputada, Rita Camata, chega ao velório do ex-governador — Foto: Roberto Pratti/ TV GazetaViúva de Gerson Camata, a ex-deputada, Rita Camata, chega ao velório do ex-governador — Foto: Roberto Pratti/ TV Gazeta
Um sobrinho de Rita, o professor Rodrigo, que chegava ao velório, disse que a família está abalada. "Passamos um Natal maravilhoso, em família. Nos reunimos, brincamos. O tio estava sempre alegre, como era a marca dele. E no dia seguinte a gente recebe essa notícia que destrói uma história linda de trabalho e honestidade", falou.
Até as 10h, o velório será fechado apenas para a família. Depois desse horário, será aberto ao público e à imprensa.
Às 14h30, um cortejo levará o corpo de Camata até o cemitério Jardim da Paz, na Serra, onde será sepultado às 16h.
Gerson Camata durante debate na Rede Gazeta sobre a reforma política, em 11 de setembro de 2017 — Foto: Rafael Zambe/ TV Gazeta Gerson Camata durante debate na Rede Gazeta sobre a reforma política, em 11 de setembro de 2017 — Foto: Rafael Zambe/ TV Gazeta

Morte


Marcos Venício Moreira Andrade, de 66 anos, confessou o crime e foi preso. A arma usada não tinha registro e foi apreendida. Ele vai responder por homicídio qualificado. A defesa de Marcos não quis comentar o caso.
Gerson Camata foi assassinado na tarde desta quarta-feira (26) — Foto: Reprodução/ TV GazetaGerson Camata foi assassinado na tarde desta quarta-feira (26) — Foto: Reprodução/ TV Gazeta
“O assessor foi tirar satisfação ao encontrar Gerson Camata na rua, na calçada, próximo a uma banca de revista e a uma padaria. Neste encontro, iniciou uma discussão verbal, onde o assessor sacou a arma e efetuou o disparo contra o ex-governador”, explicou o secretário estadual de Segurança Pública, Nylton Rodrigues.
Depois de ser baleado, Camata ficou caído na calçada. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas ele não resistiu. Depois da perícia da Polícia Civil, o corpo foi levado ao Departamento Médico Legal (DML) de Vitória e foi liberado no final da noite de quarta-feira (26).

Briga na Justiça


Marcos Andrade trabalhou como assessor de Gerson Camata por quase 20 anos. Em 2009, contudo, a relação entre eles ficou comprometida quando Marcos denunciou um suposto crime de caixa 2 cometido por Camata ao jornal "O Globo".
Em entrevista, Marcos afirmou que Camata recebia mesadas de empreiteiras, apresentava recibos falsos de contas eleitorais e obrigava funcionários a pagar, com salários do Senado, suas despesas pessoais. Na época, ele apresentou documentos e anotações para comprovar a denúncia.
Gerson Camata negou as acusações à época. Ele afirmava que Marcos sofria de problemas psicológicos e que suas acusações não deveriam ser levadas em consideração.
O ex-governador processou Marcos por danos morais por conta das denúncias. Uma ação foi movida na Justiça do Espírito Santo e na do Distrito Federal.
Foi o juiz do Distrito Federal, Leandro Borges de Figueiredo, que decidiu pela condenação do ex-assessor em 9 de abril de 2012. Marcos foi condenado uma pagar indenização de R$ 50 mil, além de honorários e custas processuais.
O ex-assessor recorreu em instâncias superiores, ao longo dos anos, mas sem sucesso. O secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Nylton Rodrigues, disse que houve um bloqueio de R$ 60 mil na conta de Marcos para que ele pagasse a indenização em janeiro de 2018.
Sobre as investigações da denúncia de caixa 2, as denúncias publicadas em "O Globo" foram submetidas, ainda em 2009, à Procuradoria Geral da República e à Corregedoria do Senado (onde Camata exercia mandato na época). Nos dois casos, ficou entendido que as acusações não tinham lastro e foram arquivadas.

Trajetória de Camata


Camata foi governador do Espírito Santo entre 1982 e 1986, exerceu três mandatos como senador, de 1987 até 2011. Ele ainda foi vereador de Vitória, deputado estadual e deputado federal.

Camata começou na vida pública como vereador da capital do Espírito Santo em 1967, no mandato seguinte, em 1971, foi eleito Deputado Estadual. Foi Deputado Federal por dois mandatos, de 1975 a 1983, governador do Espírito Santo em 1983 e foi por três vezes senador pelo estado, de 1987 até 2011.
Camata foi o primeiro governador democraticamente eleito depois da Ditadura Militar, no período de reabertura política.
Gerson é casado com Rita Camata, ex-deputada federal. Ele deixa dois filhos.
G1

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