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Compra de mandato e tentativa de homicídio são citados em colaboração premiada contra o prefeito de Cabedelo Leto Viana

A colaboração premiada do ex-presidente da Câmara Municipal de Cabedelo, Lucas Santino, foi o elemento que deu início às investigações que culminaram na prisão do prefeito do município, Leto Viana, na manhã desta terça-feira (3). Um dos pontos registrados na colaboração premiada foi a tentativa de homicídio de um vereador da cidade que estaria relacionada com o esquema de corrupção, mas o delegado da Polícia Federal Fabiano Emídio explicou que este fato já está sendo investigado na esfera criminal e que, por isso, a operação não se debruçou sobre ele. A motivação deste crime seria briga política.
A partir da denúncia, feita há cerca de um ano e dois meses, o prefeito foi investigado por formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Nesta terça-feira, operação Xeque-Mate prendeu 11 pessoas, entre elas o prefeito Leto Viana, cinco vereadores, incluindo a esposa de Leto, Jacqueline Monteiro França, e mais cinco servidores públicos do município. O vice prefeito da cidade não foi preso, mas foi afastado do cargo. Ao todo, 85 pessoas foram afastadas de seus cargos públicos na cidade para evitar o que a polícia chama de ‘sangria dos cofres públicos’ durante a investigação. Mas a ação segue durante o dia e a equipe que comanda o trabalho também não descarta novas fases da operação. A ação é executada pela Polícia Federal em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado.
O ‘colaborador’ da investigação também citou, segundo a Polícia, informações que apontam para a possível compra do mandato do ex-prefeito Luceninha e que teria um empresário envolvido na negociação. Durante as buscas desta terça-feira, foram apreendidos documentos que demonstram pagamentos suspeitos, mas que ainda não é possível confirmar a relação do empresário com o esquema, o que deve ser esclarecido com a continuidade das investigações.
Estratégias de coação política
Segundo a polícia, o vereador Lucas Santino apresentou áudios e informações que davam conta de um esquema de corrupção envolvendo o prefeito e vereadores que incluía estratégias de ‘coação política’, que faziam com que a Câmara só tocasse projetos que fossem de interesse do gestor. O esquema incluía desvio de recursos públicos com contratação de ‘funcionários fantasmas’, doação de terrenos públicos com avaliação fraudulenta e ocultação patrimonial de agentes públicos.
Os policiais encontraram nesta terça-feira, inclusive, o que eles estão chamando de ‘cartas renúncia’, um documento seria usado pelo prefeito para exigir o apoio dos vereadores em projetos de seu interesse na Câmara. Segundo a PF, o prefeito protocolaria a renúncia do vereador caso ficasse descontente com a ação do parlamentar, deixando os vereadores ‘amarrados’ ao esquema.

De acordo com os investigadores, somente na aquisição de imóveis nos últimos cinco anos, verificou-se que um dos agentes envolvidos no esquema movimentou mais de R$ 10 milhões não declarados. Também foi identificado que ‘funcionários fantasmas’ da Prefeitura e da Câmara recebiam salários de até R$ 20 mil e entregavam a maior parte aos membros do esquema, ficando com apenas uma parte do dinheiro.
Lista dos presos

Wellington Viana França (prefeito)
Jacqueline Monteiro França (vereadora e primeira-dama)
Lúcio José do Nascimento Araújo (vereador)
Tércio de Figueiredo Dornelas Filho (vereador)
Rosildo Pereira de Araújo Júnior – Júnior Datele (vereador)
Antônio Bezerra do Vale Filho (vereador)
Marcos Antônio Silva dos SAntos
Inaldo Figueiredo da Silva
Leila Maria Viana do Amaral
Gleuryston Vasconcelos Bezerra Filho
Adeilson Bezerra Duarte

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