Operário que teve seu crânio cravado em um vergalhão escapa sem sequelas

Segundo o chefe do serviço de neurocurgia do Hospital Municipal Miguel Couto, Ruy Monteiro, que operou o rapaz, o vergalhão ficou alojado na parte frontal do cérebro, entre a área que coordena o comportamento e as emoções e a região dos movimentos e da coordenação motora.
Caso o objeto estivesse 1 centímetro mais para trás, Eduardo poderia teria ficado com o lado esquerdo paralisado. Um pouco mais, e não mexeria os braços e as pernas. Também poderia haver perda da sensibilidade e da percepção de temperatura.
Além disso, se a barra tivesse entrado 1 centímetro para a direita, o operário teria perdido um olho. A sorte é que nenhuma estrutura importante de veias e artérias foi prejudicada.
"A ciência ainda não conhece claramente a função dessa área afetada, não é nítida. Mas não adianta fazer testes nessa fase, isso fica para a reabilitação. Se tiver alguma alteração percebida pela família que atrapalhe a vida do paciente, aí serão indicados exercícios específicos de neuropsicologia", detalha Monteiro.
Segundo o neurocirurgião Nilton Lara Junior, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, se fosse se manifestar alguma sequela grave, isso ocorreria imediatamente. Com o tempo, a tendência da situação cerebral é melhorar, e não piorar.
Entre as áreas do operário que podem ter sido comprometidas, o médico cita o raciocínio, a memória e a localização espacial ou temporal. Além disso, pode haver alterações na capacidade de controle das emoções, como demonstrações exacerbadas de sentimentos ou a redução de manifestações afetivas.
CONFIRA A MATÉRIA NO DIA DO ACIDENTE
Operário de uma obra em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, que sobreviveu após um vergalhão de 2 metros de comprimento atravessar sua cabeça, está lúcido e passa bem. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na manhã desta sexta-feira (17).
De acordo com a secretaria, a vítima que foi identificada como Eduardo Leite de 24 anos, deve permanecer no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, também na Zona Sul, até o final da semana.
O caso aconteceu na quarta-feira (15) e foi divulgado, na tarde desta quinta-feira (16).
Segundo a equipe médica que cuida do caso, a barra de ferro caiu do quinto andar da construção e perfurou o lobo parietal (parte posterior da cabeça) e saiu por entre os olhos do homem, que é morador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Uma parte do lado direito do cérebro foi atingida. O operário usava capacete no momento do acidente.
matéria e fotos da globo
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