Ex-policial e ex-vereador de Bayeux estão entre os presos pela morte de radialista
A Polícia Civil da Paraíba prendeu, nesta
terça-feira (29), durante a Operação Sintonia, seis pessoas envolvidas
no homicídio que vitimou o radialista Ivanildo Viana, ocorrido no dia 27
de fevereiro de 2015, às margens da BR-101. Um ex-policial e um
ex-vereador de Bayeux estão entre os seis presos pela morte de
Ivanildo. Outro preso é suspeito de ter participado da execução da
diretora da Cadeia Pública de Ingá, Córdula Veloso Borges Neta
O trabalho realizado pelo Núcleo de Homicídios de Santa Rita, sede
da 5ª Delegacia Seccional, contou com o apoio das Delegacias de Crimes
Contra Pessoa (Homicídios), Repressão a Entorpecentes (DRE) de João
Pessoa e Grupo de Operações Especiais (GOE). Os mandados de prisão
preventiva e de buscas e apreensão foram cumpridos nas cidades de Bayeux
e João Pessoa.
As investigações tiveram como base as imagens das câmeras de
segurança instaladas na Rádio que a vítima trabalhava e nas ruas. "As
imagens gravadas no dia do homicídio mostram um veículo Gol branco
fabricado no ano de 2015 estacionado quase em frente a rádio e atrás
dele uma moto Honda vermelha. Estes dois veículos seguem a vítima, que
saiu do local em uma moto. Em um determinado ponto, o carro e a moto
param e um homem desce, vira a placa da moto para cima, ocupa o lugar do
carona. Eles retomam a perseguição até que emparelham com a moto de
Ivanildo e atiram. A vítima foi atingida por quatro disparos efetuados
pelo criminoso que estava na garupa da moto. As balas transfixaram o
corpo do radialista Ivanildo Viana", disse o delegado do Núcleo de
Homicídios de Santa Rita, Carlos Othon.
A partir das análises dessas imagens, os policiais descobriram que
só existiam circulando na grande João Pessoa nove veículos modelo Gol
igual ao que aparecia nas imagens perseguindo a moto da vítima. Outra
coisa que chamou atenção foi o jogo de rodas usado no carro onde estavam
os suspeitos, ele não seria o mesmo do modelo de série.
O quebra-cabeça começou a ser montado quando a polícia conseguiu
colocar a mesma roda em um Gol do mesmo modelo e estacionar no local
onde aparecia nas imagens o carro dos suspeitos. Uma sobreposição de
imagens feita por peritos do Instituto de Polícia Cientifica (IPC)
comprovou que o carro tinha as mesmas características do que aparecia no
vídeo.
Diante disso, foi realizado um levantamento e identificado o dono
do carro, uma mulher, a esposa de Valmir Ferreira da Costa. Ele e
Francisco das Chagas Araújo, de acordo com ligações anônimas feitas para
o 197 Disque Denúncia, teriam falado durante uma festa sobre a
participação no homicídio do radialista Ivanildo Viana. Os dois foram
presos.
Já numa busca no site do Departamento Estadual de Transito (Detran)
os policiais descobriram que Eliomar de Brito Coutinho era o dono da
moto Honda vermelha usada pelo assassino. Ele cumpre pena no Presídio do
Roger, suspeito de ter participado da execução da diretora da Cadeia
Pública de Ingá, Córdula Veloso Borges Neta. O crime aconteceu no dia 20
de outubro de 2015 às margens da BR-230. Na época da prisão, Eliomar
estava com uma pistola 9mm que a polícia acredita ter o mesmo calibre da
arma que assassinou o radialista.
Outra ligação feita para o Disque Denúncia levou a polícia até o
responsável por reunir o grupo criminoso. Seria o ex-policial militar e
ex-vereador da cidade de Bayeux, Arnóbio Gomes Fernandes. Ele teria
contratado o ex-policial militar Erivaldo Batista Dias, que hoje cumpre
pena no Presídio Silvio Porto; Olinaldo Vitorino Marques, que está no
regime semi aberto em Bayeux; Eliomar de Brito Coutinho, que cumpre pena
no Presídio do Roger; Francisco das Chagas Araujo, Valmir Ferreira da
Costa, presos nesta terça-feira; e Célio Martins Filho, que está
foragido. Os criminosos teriam recebido 75 mil reais pela morte do
radialista Ivanildo Viana.
"Todos são apontados como executores do homicídio, co-autores ou
partícipes. A Polícia Civil ainda investiga a motivação do crime, assim
como a identificação do autor intelectual, já que o assassinato, segundo
as investigações, foi cometido mediante paga e promessa de recompensa,
sendo encomendado", disse o superintendente da 1ª Região da Polícia
Civil, delegado Marcos Paulo.
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