MST repudia ataque da Record contra as Crianças Sem Terrinha
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra vem a público denunciar e repudiar a distorção de informações
veiculadas na noite deste domingo (10) no Programa Domingo Espetacular. A
reportagem “A Polêmica dos Sem Terrinha” tem como único objetivo
manipular a opinião pública e fortalecer o processo de criminalização de
organizações populares, que lutam pela defesa de seus direitos.
Em um país, em que o número de analfabetos supera a marca de 11
milhões de pessoas e que 1 a cada 5 crianças está fora da escola, nos
surpreende que um Encontro Nacional de Crianças Sem Terrinha, onde foi
discutido temas como os direitos das crianças e a produção de
alimentação saudável, seja classificado como doutrinário.
Reafirmamos que o Encontro, realizado em parceria com a
organização Aldeias Infantis SOS, uma das mais respeitadas entidades que
trabalha com a infância no país, teve as autorizações dos órgãos
responsáveis e respeitou todos os padrões de segurança exigidos pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Destacamos ainda, que todas
as crianças tiveram autorização dos pais, conforme prevê a legislação, e
além disso, todos os alvarás necessários foram emitidos pelos órgãos
competentes, incluindo a Vara da Infância e Juventude.
A Rede Record, ao disseminar mentiras, não leva em consideração
critérios mínimos de apuração e imparcialidade, faltando, entre outras
questões, com a ética jornalística.
O Artigo 6º da Constituição Federal do Brasil prevê, dentre
outras coisas, o direito à educação. Nesse sentido, o MST não só luta
para que esse direito seja respeitado como também trabalha
cotidianamente para que nos tornemos um país mais digno e, sobretudo,
menos desigual. Temos uma longa trajetória de lutas pelo acesso à
educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis para as
crianças, jovens e adultos.
Em toda a nossa história, foram conquistadas mais de 2 mil
escolas públicas, reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), nos
acampamentos e assentamentos em todo o país, que atendem a crianças,
adolescentes e adultos. Milhares de camponesas e camponeses, organizados
pelo MST, tiveram acesso a alfabetização e se formaram no ensino
fundamental, médio, cursos técnicos e em nível superior. Há filhos e
filhas de famílias assentadas em mais de cem turmas de cursos formais e
mais de 4 mil professores foram formados, a partir das lutas pela
educação pública, considerada pelo Movimento enquanto um direito básico.
Enfatizamos, que enquanto movimento de luta pela terra, pela
reforma agrária e pela transformação da sociedade, continuaremos
defendendo os direitos e a cidadania plena para todas as pessoas, em
especial aquelas que vivem no campo.
Por isso, nós não só lutamos como fomentamos a educação no país
e, diante de tudo isso, exigimos não só imediato direito de resposta,
como desafiamos a mesma emissora a se propor a um jornalismo sério e de
qualidade que preze pelos fatos e não interesses políticos.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
11 de fevereiro de 2019, São Paulo - SP
Assessoria
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