Deputado pede atenção para Quilombolas penalizados por acordo da Base de Alcântara
O deputado federal Frei
Anastácio defendeu as famílias quilombolas, durante audiência pública
realizada, hoje (10), na Câmara Federal, sobre o aluguel da Base de
Lançamento de Alcântara, no Maranhão, para os Estados Unidos. “Pouco, ou
quase nada, se falou sobre o impacto sobre as famílias quilombolas que
moram no local. Só se falou em lucros, sem valorizar as vidas humanas”,
disse o deputado.
O deputado criticou os
representantes do Governo Federal, que foram à audiência Pública, na
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, e não
deram nenhuma ênfase à vida humana. “Não houve manifestação de
preocupação por parte dos representantes do governo. Aquelas famílias já
sofrem há 40 anos e merecem respeito e dignidade humana. Estão querendo
descartar as famílias, que moram na área há anos, e jogá-las na
miséria”, disse o deputado.
Frei Anastácio lembrou que
na década de 1980, 312 famílias de 23 povoados já foram retiradas da
área, sem indenização ou reparação pelos danos sofridos e tão pouco
tiveram seu direito de propriedade coletiva reconhecido.
“O município de Alcântara
tem o maior número de comunidades quilombolas do Brasil. São 210
quilombos certificados pela Fundação Cultural Palmares e, segundo dados
do INCRA, estima-se a presença de 3.350 famílias. Um dado preocupante é
que mais 90% delas são consideradas em situação de extrema pobreza”,
disse.
O deputado destacou que
esses são dados divulgados são da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias da Câmara, que já esteve em Alcântara por duas vezes.
Riscos bélicos para o Brasil
“Dessa forma, a Câmara tem
que pensar bem antes de votar esse acordo com os Estados Unidos. Além
desses prejuízos para o ser humano, existem os riscos bélicos que esse
aluguel de Alcântara oferece para o Brasil. Com os Estados Unidos
representados numa base dentro do Brasil, também passaremos a ser alvos
dos inimigos daquele país”, alertou.
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