Em uma noite de muitos erros, a sorte quis distância do Flamengo.
O Flamengo que entrou em campo no George Capwell,
na noite de quarta-feira, em momento algum sequer deu indícios de que teria
chances de sair com a vitória. Errou tudo! Coletivamente e individualmente, a exibição
no Equador foi catastrófica. Desde as escolhas do treinador antes de a bola
rolar.
Sem Vitinho, De Arrascaeta e Everton Ribeiro, Jorge
Jesus disse em coletiva que não faria mudanças drásticas no jeito de jogar.
Deixou o radicalismo, porém, para a escolha das peças de um Flamengo
desconjuntado e até certo ponto apático diante do Emelec. Rafinha foi deslocado
para ponta direita, Cuéllar voltou para o banco de reservas, e Willian Arão
atuou sozinho como primeiro volante.
Antes mesmo de falar dos gols que deram
ao Emelec uma boa vantagem para o jogo de volta no Maracanã, é preciso falar de
tudo que o Flamengo não realizou diante do frágil adversário. Até porque, o
Emelec fez aquilo que dele se esperava: se defendeu bem e aproveitou para
atacar quando possível. Quem teve performance muito abaixo da expectativa foi o
Rubro-Negro.
Durante todo o primeiro tempo, o que se
viu em vermelho e preto foi um time espaçado e encaixotado na intermediária
ofensiva, trocando passes sem criatividade e era presa fácil para o bem postado
time do Equador. A bola passeava de um lado para o outro sem encontrar espaços
na ajustada marcação de um Emelec, que diante de qualquer risco de perigo, não
titubeava em apelar para faltas.
Os donos da
casa cumpriam sua estratégia com a intensidade que passava longe do time de
Jorge Jesus. Moroso com a bola nos pés, o Flamengo era distante na marcação.
Nesses espaços, o Emelec virou a bola da direita para esquerda até Guerrero
encontrar Godoy, livre na área entre defensores, para abrir o placar.
Na volta do intervalo, a expulsão de
Vega deu a chance de Jorge Jesus recolocar o Flamengo no eixo. E novamente não
deu certo. A troca de Rodinei por Lincoln até deu vida a Rafinha e jogou a
equipe para o ataque. Ao colocar Cuellar e Lucas Silva logo em seguida, no
entanto, o treinador queimou as três substituições, viu o time demorar para se
entender e teve o duro golpe da lesão de Diego. Definitivamente, nada dava
certo.
Com dez contra
dez, o Emelec se soltou diante de um rival com somente uma peça no meio de
campo: Cuéllar. Ao lado de Rodrigo Caio e Renê, o colombiano até se desdobrou
para conter o ímpeto dos donos da casa, mas o gol de Romário Caicedo deu uma
vantagem preocupante aos equatorianos.
Em uma noite
de muitos erros, principalmente do Mister Jesus, a sorte quis distância do
Flamengo e mesmo muito inferior tecnicamente, o Emelec largou na frente com
justiça nas oitavas de final da Libertadores.
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