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Vereadores de Santa Rita permaneceram calados em oitivas, mas esposas confirmaram viagem


Os 11 vereadores de Santa Rita que foram presos nesta madrugada permaneceram calados durante as oitivas realizadas pelo delegado Allan Terruel. O mesmo ocorreu com o contador da Câmara de Santa Rita que foi preso na mesma situação. O grupo é investigado por suspeita de peculato.
De acordo com o delegado, os vereadores decidiram exercer o direito constitucional de ficar calados por orientações de advogados. Allan Terruel contou, porém, que quando ouviu as esposas dos vereadores anteriormente, elas confirmaram a viagem.
Os vereadores e o contador viajaram a Gramado para participar de um suposto Seminário Regional de Agentes Públicos, cuja realização não foi confirmada. De acordo com o investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, de cinco dias de evento, só houve reunião em três e apenas pela manhã. Não houve trabalho no primeiro nem no último dia. Além disso, o hotel onde aconteceram as reuniões não era o mesmo indicado no folder que anunciava o evento.
Diante de tantas incoerências, o delegado Allan Terruel acredita que os vereadores simularam estar participando de algum estudo, pois antes da viagem ocorrer chegou a ser noticiado na imprensa que haviam desconfianças sobre o seminário, o que pode tê-los deixado em alerta.
Denúncia
Allan Terruel explicou ainda, que a denúncia que motivou a investigação partiu de um contribuinte revoltado que levou até a polícia um folder do seminário e um comprovante de pagamento dos vereadores.
Os altos gastos da Câmara Municipal de Santa Rita com diárias já vinha chamando a atenção desde 2017. Além disso, causou estranheza que a empresa organizadora do evento fosse de Sergipe, enquanto o seminário seria no Rio Grande do Sul.
Ainda não se sabe quem foi o articulador da viagem e do evento, mas as investigações continuam. Os celulares dos vereadores presos foram apreendidos e a polícia aguarda autorização judicial para acessar dados como fotos da viagem, que podem ajudar a esclarecer o caso.
As audiências de custódia devem acontecer após a finalização das oitivas, que talvez se estendam até amanhã. “São muitas pessoas para ouvir. Não sei se consigo terminar hoje, mas se não certamente amanhã”, disse Terruel. Enquanto isso, os presos seguem na Central de Polícia de João Pessoa.

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