Homem trans engravida para realizar sonho do casal de ter filhos, em SP: ‘Demonstração de amor’
Um casal de
Itapira (SP) realiza em setembro o sonho de trazer uma nova criança ao
mundo. A diferença, aqui, é: quem está gestando a filha é o homem do
casal. Em entrevista ao G1, Frank e sua companheira, Taris, contaram sobre a realização deste desejo, que é fruto de uma relação que já dura seis anos.
Frank Teixeira é transexual, tem 27 anos
e trabalha como auxiliar de produção. Sua companheira, Taris de Souza,
de 38 anos, é professora na cidade. Antonella, a filha, deve nascer de
cesariana. O parto está marcado para o dia 19 de setembro de 2019.
Por seis meses, em 2018, eles tentaram
engravidar pelo método da inseminação “caseira” – quando o sêmen do
doador é injetado no útero com auxílio de uma seringa – em Taris. Ao
todo, foram 11 tentativas, todas feitas na esposa, com auxílio de um
ginecologista.
Ao ver que o método não estava dando
resultados na mulher, Frank decidiu fazer uma surpresa e tentou ele
próprio engravidar. Deu certo.
Com três semanas de gravidez, ele contou a novidade para Taris. Era dia 7 de janeiro de 2019.
“Meu maior medo era o emocional dele,
porque, como tinha a aparência masculina, tomava hormônio e tinha barba,
eu fiquei com receio de ele ‘surtar’. A maternidade é uma coisa muito
feminina, o aumento dos seios e a produção do leite. Me preocupei com
isso”, afirmou a professora.
Vontade surgiu em 2017
![](https://i2.wp.com/www.folhapatoense.com/wp-content/uploads/2019/08/whatsapp-image-2019-08-08-at-19.05.06.jpeg?resize=215%2C200)
A vontade de terem um filho surgiu em 2017 e se concretizou em 2018, quando procuraram opções como a adoção.
Taris relata que, na época, eles
chegaram a participar de um curso preparatório, mas o receio de a
criança querer procurar os pais biológicos fez com que eles optassem
pela inseminação artificial.
“A gente não sabia se teria estrutura emocional para lidar com isso”, contou a professora.
Frank havia parado de tomar hormônios
masculinos fazia seis meses, por conta do alto custo do procedimento.
Taris brinca que o processo acabou se tornando uma “providência divina”,
que ninguém esperava.
Mudança no corpo
O apoio, principalmente dos pais e
irmãos de Frank, tem sido essencial para o desenvolvimento da gravidez,
já que ele ainda estranha as modificações corporais que têm ocorrido
desde que Antonella começou a crescer dentro de seu útero.
Ele pretende fazer mastectomia (retirada das mamas) e voltar ao tratamento com hormônios quando parar de amamentar.
Família e amigos
Os pais de Frank se emocionaram quando
receberam a notícia da gravidez e se surpreenderam com a escolha do
filho. Ele divide sua rotina entre ir à casa da mãe e ao médico para
realizar exames. Frank entrou de licença no trabalho.
“No trabalho era normal, lá é tudo muito na brincadeira. No começo nem acreditavam, mas era leve para mim”.
Cheia de presentes
O quarto de Antonella já está todo decorado, com tons em branco e rosa e até bichinhos de pelúcia encaixados no guarda-roupas.
“A gente ganhou muitos presentes, eu
trabalhava como diretora de uma creche e ganhei presentes de mãe de
criança, das minhas professoras, de amigos”, relatou Taris.
Seis anos de relação
Frank e Taris se conheceram em 2012 na
academia que frequentavam, quando Frank ainda se identificava como
mulher. O namoro teve inicio em 2013.Seis anos de relação
Frank e Taris se conheceram em 2012 na academia que frequentavam, quando Frank ainda se identificava como mulher. O namoro teve inicio em 2013.
Frank e Taris se conheceram em 2012 na academia que frequentavam, quando Frank ainda se identificava como mulher. O namoro teve inicio em 2013.
“A única coisa que me preocupava era a
questão da saúde, por causa do hormônio que pode ser prejudicial e a
gente ouve tantos casos de câncer”, afirmou Taris.
Com tantas mudanças que ocorreram desde
que eles decidiram dividir uma vida juntos, a “prova de amor” de Frank
dá alegria ao casal, e ele já comemora a chegada da filha.
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