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PARAÍBAFolha: Hugo Motta emprega em gabinete da Câmara trio de funcionárias fantasmas



O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), empregou em seu gabinete três funcionárias com rotinas incompatíveis com as funções que deveriam exercer no Legislativo: uma fisioterapeuta, uma estudante de medicina e a assistente social de uma prefeitura na Paraíba.

Todas são contratadas no cargo de secretário parlamentar, com jornada de 40 horas semanais, proibição de exercer outra função pública e sem necessidade de bater o ponto com biometria na Câmara. Uma mora em Brasília e outras duas em João Pessoa, Capital da Paraíba. As informações foram publicadas pela Folha de São Paulo.

Motta mandou demitir 2 das 3 servidoras, Gabriela Pagidis e Monique Magno, após ser procurado pela Folha em 8 de julho para explicar o caso. A assessoria do deputado só confirmou a ordem na tarde desta terça-feira (15/07). As demissões ainda não foram publicadas no boletim da Câmara.

Apenas neste ano as três funcionárias tiveram vencimentos somados de R$ 112 mil, incluindo salários, auxílios e gratificações. Procuradas, recusaram-se a dar informações detalhadas sobre os serviços prestados ao gabinete do deputado.

Para revelar a existência dos três casos, a Folha comparou informações de bancos de dados oficiais, de processos judiciais e de redes sociais, procurou órgãos públicos e teve acesso a documentos dos contratos, além de acompanhar a rotina das funcionárias.

Gabriela Pagidis é fisioterapeuta. Ela atende em uma clínica de Brasília às segundas e quartas-feiras, durante todo o dia. Às terças e quintas à tarde, dá expediente em outra clínica no Núcleo Bandeirante, região administrativa do Distrito Federal que fica a 18 km da Câmara.

A informação sobre os horários de trabalho foi confirmada pelos dois estabelecimentos. A jornada de segunda-feira e quarta-feira consta também em sistema do Ministério da Saúde.

O segundo caso é o de Louise Lacerda, filha do ex-vereador Marcílio Lacerda (Republicanos-PB), do município de Conceição (PB). Ela estuda medicina na Faculdade Nova Esperança, em João Pessoa. De acordo com a instituição, o curso é em período integral e diurno.

Na capital paraibana também está Monique Magno, que, além de ter um cargo no gabinete de Motta, é assistente social na Prefeitura de João Pessoa (PB) há quatro anos.

A prefeitura enviou à reportagem a folha de ponto de Monique, com carga horária de 30 horas semanais. Mesmo que o acúmulo de funções não fosse proibido pela Câmara, ela teria que trabalhar 14 horas por dia, sem almoço, para cumprir as duas jornadas de trabalho.

  

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