OPINIÃO: Motta renova aceno ao bolsonarismo e afasta a esquerda, mas evita rompimento por apoio de Lula em 2026
A atuação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou a movimentar os bastidores de Brasília após a condução da votação que reduz penas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e pelo avanço no processo de cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). As movimentações, consideradas sensíveis e politicamente arriscadas, ampliaram o desconforto da esquerda e reforçaram a percepção de que Motta tem se aproximado do bolsonarismo em momentos decisivos.
A análise foi detalhada pela colunista Victória Azevedo, do jornal O Globo, que indica que, embora eleito com apoio amplo de diversos partidos, o deputado paraibano tem dado sinais mais consistentes à oposição do que ao governo Lula. Governistas afirmam que, nos principais embates, Motta tem pendido para o lado bolsonarista, gerando desconfiança e tensão com o Palácio do Planalto.
Segundo a coluna, mesmo aliados de centro afirmam que o presidente da Câmara tenta manter uma postura equilibrada, mas decisões recentes, como o apoio à proposta de redução de penas, a aceleração do processo contra Glauber Braga e a condução de temas sensíveis sem amplo debate — fortaleceram críticas internas sobre sua condução.
Além disso, parlamentares lembram que a relação se desgastou desde episódios envolvendo o decreto do IOF, a PEC da blindagem, a urgência do projeto da anistia e a escolha do relator do projeto Antifacção, posições que aproximaram Motta da oposição e o distanciaram do PT.
Apesar da tensão, integrantes do grupo político de Motta afirmam que ele mantém apoio de um bloco de 275 deputados, o que lhe daria segurança para decisões sem depender exclusivamente da esquerda ou da direita. Há ainda um contexto eleitoral, o deputado trabalha para que Lula apoie seu pai, Nabor Wanderley, na disputa ao Senado na Paraíba, o que torna qualquer rompimento com o governo politicamente delicado.
O episódio mais recente também elevou o tom das críticas. Glauber Braga ocupou a cadeira da presidência em protesto, foi retirado à força pela polícia legislativa, e a transmissão da TV Câmara chegou a ser interrompida, fato que acentuou a insatisfação da base governista.
Entre deputados próximos ao governo, já se fala em um “caminho sem volta” na relação entre Hugo Motta e o Planalto, especialmente após a votação da redução de penas, que desagradou profundamente ao Executivo.
Para acompanhar todos os detalhes, bastidores e análises aprofundadas sobre o comportamento político de Hugo Motta e a crise com o governo Lula, leia a reportagem completa na coluna de Victória Azevedo, publicada em O Globo.

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