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Secretário de saúde diz que tragédia do “Vaqueirinho” expõe abandono do Estado: “Não adianta CAPS, psicólogo, psiquiatra e passar fome e não ter onde dormir”

 




O secretário de Saúde de João Pessoa, Luís Ferreira, afirmou nesta quarta-feira (3), em entrevista ao programa Ô Paraíba Boa, na FM 100.5, que a tragédia envolvendo o jovem conhecido como “vaqueirinho”, morto após invadir o recinto da leoa Leona, na Bica, revela um cenário muito mais amplo do que apenas questões de saúde mental.

Segundo Ferreira, o caso é um retrato claro do abandono social, institucional e estatal enfrentado por milhares de jovens.

“Isso vai muito além da saúde mental. Não são os CAPS, não é psicólogo, não é psiquiatra que resolveria a vida daquele jovem. “Ele precisava de tudo, menos só de remédio”, afirmou.

O secretário explicou que o jovem apresentava necessidades básicas que o sistema público não conseguiu suprir em vida.

“Aquele jovem precisava de suporte multidisciplinar. E quando eu digo multidisciplinar, não é só saúde. Ele precisava de suporte social, moradia, inserção no mercado de trabalho, inserção na vida cotidiana para que se sentisse verdadeiramente notado”, disse.

Ferreira destacou que a busca do jovem por entrar no recinto da leoa não deveria ser interpretada unicamente como um ato impulsivo ou relacionado a transtornos mentais.

“Aquela entrada foi muito mais para mostrar ao mundo que ele existia, que podia fazer algo grande”, avaliou.

O secretário fez um alerta contundente sobre a tendência de se reduzir problemas sociais complexos a questões exclusivamente médicas.

“As pessoas precisam tirar da cabeça essa ideia de que remédio ou psicoterapia vai resolver a vida das pessoas. “Não adianta ir ao CAPS, ao psicólogo ou ao psiquiatra e passar fome à noite, sem ter onde dormir”, afirmou.

 

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