A coragem que faltou a Cartaxo parece sobrar em Cícero
O ano era 2018. Luciano Cartaxo, então prefeito de João Pessoa, era visto como a grande aposta da oposição para disputar o governo do Estado. Havia uma costura política promissora: aliança com os Cunha Lima, apoio de Campina Grande e influência nas maiores cidades da Paraíba.
Cartaxo tinha uma gestão bem avaliada, liderava as pesquisas e parecia pronto para o salto. Mas, na hora H, próximo ao prazo de desincompatibilização, recuou. Preferiu manter dois anos de mandato na capital à chance de disputar — e talvez conquistar — oito anos no Palácio da Redenção.
O resultado todos conhecem: João Azevêdo venceu no primeiro turno, e Cartaxo, dois anos depois, amargou uma tentativa de sucessão melancólica. Preso ao conforto do cargo, comprometeu seu futuro político. Hoje, é apenas coadjuvante no cenário estadual.
Pensou pequeno, ficou pequeno.
Agora, o dilema se repete, mas com outro protagonista. O prefeito Cícero Lucena dá sinais de que pode entrar na disputa pelo governo em 2026. Se confirmar a decisão, o gesto será duplamente corajoso: primeiro, por abrir mão da cadeira de prefeito; segundo, por romper com uma aliança que, desde 2020, tem sido politicamente vitoriosa e administrativamente positiva para João Pessoa.
Se Cartaxo foi o exemplo de como o medo pode engessar um projeto político, Cícero pode ser o oposto: a prova de que, na política, é preciso arriscar para crescer.
Em abril a gente sabe…
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