Presidente da Câmara da cidade de Santa Rita ainda permanece afastado.
Já fazem mais de 30 dias que o presidente da Câmara
Municipal de Santa Rita, Saulo Gustavo, segue afastado do cargo com base em uma
vedação legal inexistente, do ano de 1990, que proibia a reeleição de um mesmo
parlamentar para comandar os destinos do Poder Legislativo local, dentro de uma
mesma legislatura. O dispositivo foi alterado no ano de 1998, possibilitando
que haja a possibilidade de reeleição no tocante à escolha da Mesa Diretora.
O
advogado Rafael Lucena de Brito, que representa a defesa do presidente afastado
Saulo Gustavo, explicou que foi encontrado no arquivo da Casa a Emenda à LOM n.
2/98 que retirou do ordenamento jurídico a vedação para a reeleição para o
mesmo cargo da Mesa. Essa emenda alterou a LOM passando a permitir
expressamente a reeleição e era justamente essa possibilidade que estava em
vigor quando da realização da eleição que conduziu Saulo Gustavo ao cargo de
presidente, em maio de 2017.
Conforme Rafael, nesse contexto e para tentar
confundir a justiça, os autores do Processo, que foram beneficiados com o
afastamento ilegal do presidente, juntaram aos autos uma suposta publicação do
Diário Eletrônico do Município datado de maio de 2016, que apenas reproduziu o
texto original da LOM de 1990, tudo para tentar induzir o Juízo a erro.
Mesmo diante da comprovada mudança na Lei Orgânica, o
judiciário paraibano ainda permanece se atendo à vedação legal inexistente para
manter o afastamento do vereador da função de presidente. Inclusive, a juíza
responsável por determinar o afastamento do parlamentar da função de presidente
cita, na decisão, justamente o artigo da Lei Orgânica de 1990, que não mais
consta no ordenamento jurídico do Município. A defesa do parlamentar já
ingressou com vários pedidos para tentar auxiliar a justiça a corrigir o
equívoco, mas até agora o processo continua parado, beneficiando quem
ilegalmente está na função.
Na contestação apresentada, a defesa apontaque
de 1998 até agora, diversos outros presidentes foram reeleitos e não houve
questionamentos. Para completar, o atual presidente interino da Casa, Anésio
Miranda (PSB), que é um dos autores do Processo contra Saulo Gustavo, principal
beneficiado com a decisão judicial equivocada e com a omissão do Poder
Judiciário em restabelecer a legalidade, em 1998 era vereador, defendeu
ativamente e assinou o ato de publicação da emenda que alterou a lei orgânica,
justamente permitindo a reeleição.
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